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Maria de Céu dos Santos, também conhecida por Céu Pureza, nasceu a 2 de Setembro de 1910... terminou a sua peregrinação neste mundo há cerca de 1 ano e quase 4 meses.
Que saudades...!!!
Filha mais velha de Afonso Gomes Patrício (bisavô) e Angelina dos Santos (bisavó), teve um irmão o tio Baleia e uma irmã (a mais nova dos 3 irmãos) a Tia Doroteia. (igual a mim/tenho pela mesma ordem o mesmo nº de irmãos)
Na sua infância, foi muito divertida, organizadora de grandes patuscadas (pão, chouriços, morcelas…) bem com, algumas partidas... IH! IH! Cresceu rodeada dos tios, primos, pais, irmãos... mas a grande cúmplice era a sua avó (minha trisavó), uma mulher cheia de requinte (etiqueta), pois quando surgiam as contrariedades no dia-a-dia, eis que corria para seus braços! Jovem, também alegre, sociável, dançarina … com um coração grandioso, sugeriu, melhor, obrigou a sua mãe a criar um menino pelo qual ela sentiu uma grande ternura, o Albertino, também comprometeu-se a ajudar a cria-lo… e assim aconteceu! Eram, tempos de grande fome e miséria.
Menina divertida, interessante, esforçada, trabalhadora bonita e engraçada teve muitos pretendentes. O namoro foi cheio de peripécias (eu acho… os tempos eram muito diferentes) e histórias de encantar, casou com o meu Avô Pedro, que infelizmente não cheguei a conhecer. Ele era também o irmão do meu tio Mocho… as duas irmãs casaram com dois irmãos.
Os meus avós tiveram 5 filhos, o tio Manuel, tio António, tio Victor, tio Zé e minha mãe (Isaura).
Esposa apaparicada, dedicada e com uma boa dose de autonomia, participava nos bailes, passeios, opiniões e até decisões, mas ficou viúva nova, tinha a filha 17 anos…
Como dizia frequentemente “a minha vida dava um romance”… como me encantava ouvir as confidências da sua juventude!
Depois de casar todos os filhos, foi viver com a minha mãe.
Viveu praticamente, sempre connosco! Foi mãe, novamente na sua idade avançada, ou seja a nossa "segunda mãe", partilhou connosco a sua sabedoria, experiência, deu-nos educação, “pão numa mão pau na outra” (… IH! IH!), amor, carinho… foi enfermeira, companheira, confidente… e brincou, brincou e brincou imenso connosco! Foi o nosso suporte afectivo.
Mulher analfabeta, de muitíssima fé e muito educada, simpatia, com um alcance de vida fantástico, e sobretudo, com uma imensa avidez de aprender e conhecer, sempre com a modesta intenção de não incomodar.
Sempre respeitada e admirada por pessoas de todas as idades e classes sociais... assim foi, quando partiu para os braços de Deus... nesse dia acompanharam-na amigos, familiares, vizinhos, conhecidos... também os seus "netinhos emprestados".
Agora que foi morar para a eternidade, estou sempre a lembra-me do quanto dela há em mim… faz parte de mim, da minha vida, emoções, vivências, em tudo está sempre presente... até este meu gosto pelo croché (“renda”). Recordo com saudade os lindos momentos de estar a aprender/fazer croché na sua companhia.
Ninguém pode imaginar a dimensão do amor e carinho que o meu coração sente pela minha avó Céu, só mesmo Deus…
Vou dar a conhecer ao mundo, e principalmente aos meus filhos a avó magnífica e extraordinária que foi… AVÓ PEQUENINHA (nome carinhoso com que o meu filho Miguel a chamava – teve o grande privilegio de conhecer a bisavó)...
Estará sempre pertinho de mim, como meus pais, manos, marido, filhos...
Quem sabe, talvez um dia, consiga parecer-me com ela..!?
Beijinhos Lourdes Messias
- Comecei este post ontem, mas terminei hoje (3-set) pois as lágrimas que reprimia, coração apertado, os pensamentos trémulos não me permitiram terminar a simbólica homenagem á minha avó...